Palitos de Fósforo em nova caixa

Olá, leitores e leitoras!

2014 foi (já foi, pra mim já chega) um ano de muitas mudanças. Eu me mudei de casa duas vezes, me casei uma vez e mudei de opinião quinhentas vezes.

2015 será um ano de novos planos. Já redirecionei minha vida para muitas coisas. Em 1 mês ou 2 vou anunciar um projeto novo – e adoraria anunciar o fim do meu livro muito em breve. 🙂

Outra mudança que vai acontecer a partir de agora é a mudança de endereço do Palitos.

A partir de hoje, esse endereço não será mais atualizado. O Palitos oficial está em www.palitosdefosforo.com .

Sejam sempre bem-vindos e nos vemos lá!

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Case-se

O Julio era meu amigo desde 2004. Quando nos conhecemos, ele era um grunge amalucado de camisa xadrez mesmo depois que os anos 90 acabaram – e eu era uma adolescente pré-vestibulanda que tinha acabado de deletar um blog chamado PanakinhaSsS. A gente se casar não estava no meu script, nem na nota de rodapé. Mas estava escondido entre uma conversa no ICQ e outra, entre uma entrelinha e outra. Entre uma estrelinha e outra. Bem escondidinho nas folhas do meu diário, de uma maneira tão viva, com coincidências que se eu contar ninguém acredita. Não vou contar. 🙂

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Acho que me apaixonei de vez mesmo, depois do primeiro, segundo, terceiro beijo. Me apaixonei no dia em que me desesperei porque achava que eu ele não teríamos assunto. Que um dia, não teríamos mais do que falar. Naquele dia, ele me disse que por ele, poderíamos ficar velhinhos só olhando um para a cara do outro, sem assunto nenhum. Sem falar nada. E que ele tinha certeza de que mesmo assim seria divertidíssimo.

Depois, me apaixonei mais um pouco quando ele me pediu em casamento extraoficialmente, enquanto assistíamos à um romântico episódio de Anomalias Médicas.

Pouco mais de 1 ano depois, ele me fez o pedido de casamento oficial, da forma mais trivial do mundo. Sem preparações. Entregou a caixinha das alianças na minha mão e assim pediu minha mão. Eu aceitei.

Já tínhamos conversado bastante sobre qual seria nossa festa de casamento dos sonhos: sem requinte. Sem sofisticação. Com bom gosto. Queríamos algo parecido com um parque de diversões antigo, daqueles com carrossel, algodão doce, maçã do amor e muita diversão. No final, não conseguimos o carrossel (foi por pouco!), mas conseguimos uma comemoração que vai ficar marcada pra sempre no nosso coração. 🙂

Não foi muito fácil conseguir organizar um casamento que saísse do padrão em um mercado tão tão TÃO padronizado quanto esse da indústria casamenteira. Só a organização dessa festa merecia uma série de posts bem grande, cheio de causos. Um dos causos incríveis foi a maneira como encontrei a comida para o casamento, que foi uma das coisas mais elogiadas da festa. Numa madrugada, digitei “barraquinha gourmet” no Google, e encontrei uma entrada, apenas. Um post num blog, que linkava para um e-mail do Gmail. Sem site, sem nada. Aliás, não ter site ou ter um site que não faz jus ao trabalho maravilhoso que os caras realizam foi padrão geral nos fornecedores do casamento.:) No caso das barraquinhas, tentei a sorte, e tirei a sorte a grande. Com tapioca, carne louca, mini hot dogs, mini hamburgueres, pastéizinhos e outros quitutes maravilhosos, a Manu Navarro arrasou e fez do meu casamento uma delícia. 🙂

Fora a comida boa, tivemos atrações sensacionais, como bandinha de Jazz New Orleans, malabaristas, um show de mágica do noivo e um show de canto e sapateado da noiva (fingindo bem que arrasamos, em espetáculos deliciosamente mambembes :D). Tudo foi lindo. Eu repetiria novamente, com ajustes aqui, outro ali. E ando até com saudades de organizar algo megalomaníaco de novo (o que anda me dando umas ideias huhuhu). Ah! Salvei todas as músicas que tocaram nos 3 ambientes da festa em 3 playlists deliciosas para inspirar vocês. Tá aqui:

O post já está ficando longo e encerro por aqui. Por último, quero deixar um recado pra você que ainda não casou e que sonha como eu sempre sonhei: case-se mesmo, case-se com amor. Case-se quando você entender o significado de que amor, quanto mais profundo, mais leve.

FICHA TÉCNICA

Direção criativa 🙂 Noivos

Fotos Fernanda Petelinkar

Vestido noiva Pó de Arroz

Cabelo e maquiagem Circus Hair

Sapato noiva Loloux

Local Centro Cultural Rio Verde

Catering (comilança) Manuella Navarro

Bolos La Passione

Cookies Cookiebox

Malabaristas Irmãos Becker

Banda New Orleans JASS Band Brasil

Decoração Fatto Manu, com coisinhas do AliExpress 🙂

Convite e papelaria Aldo Fabrini, Noiva e Mãe da Noiva (Marilúcia Guilen Ateliê)

Livrinho para as crianças Texto Noiva e Ilustração Noivo 😉 (com encadernação de Marilúcia Guilen Ateliê)

A Verdade Sobre o Caso Harry Quebert é que ele não é tudo isso

Joel_Dicker_-_A_Verdade_Sobre_O_Caso_Harry_Quebert.pdf - Google Chrome

Ganhei do meu marido, que ouviu a aclamação nacional de Joël Dicker em tempos de FLIP e quis me dar, “para que eu leia meus contemporâneos”. E estou lendo. E devo dizer uma coisa: esse livro tem me inspirado muito.

Não por se tratar de um livro metalinguístico, com um escritor falando sobre o ato de escrever, não. Mas porque ele é bem mediano. E quando um livro aclamado por público e crítica como a salvação da literatura mundial  (se bem que ando lendo umas críticas nacionais e vendo que não está descendo bem aqui no Brasil) é assim xarope, dá muita vontade de tentar fazer melhor. 🙂

Não quero fazer uma crítica completa por aqui pela simples razão de que não gosto de resenhar livros (nem filmes, embora já tenha ganhado a vida assim há uns bons anos), e pela complexa razão de que ainda não terminei o livro. Estou me adiantando em dizer que não gosto da narrativa, porque quando você está na página 257, o meio da história, e o que você já leu é uma repetição incessante do que poderia ter sido resumido em 20 páginas (e você poderia gastar o resto do tempo lendo clássicos de verdade que tratam do mesmo assunto de maneira melhor) já é hora de perder as esperanças de que uma remissão incrível aconteça.

Esse livro tem um pouco de outra coisa que ando vendo com uma certa frequência em “meus contemporâneos” (adoro falar assim) e era mais disso que queria falar. O Jöel Dicker não é o pior nesse cenário, mas tá ali, quase na curva do que não gosto: são livros em que o escritor se acha acima de seus personagens. Acaba não deixando espaço para o leitor julgar os personagens por si só.

São escritores que tratam seus protagonistas como os verdadeiros inteligentes, descolados, espirituosos da história. Até seus defeitos são perfeitamente compreensíveis (talvez inspirados neles mesmos?). O resto dos personagens – seus pais, seus vizinhos, as pessoas mais velhas, mais jovens, ligeiramente diferentes – são um pastiche grosseiro, um estereótipo de gente geralmente burra, unidimensional, feia, cafona. Qualquer um que não seja o personagem principal é uma porta. Simples assim. Não tem um aprofundamento, nada. Não rola um questionamento, um “vamos estudar mais um adolescente pra ver se ele é mesmo chato ou tem algo por trás disso”. Será que falta um Stanislavski no currículo desses caras? Ou falta vivência pra saber que todo mundo pode ser nivelado por cima e não por baixo?

Fico me perguntando se é coisa normal da idade ou se é um defeito da nossa geração. Um defeito de umbigo grande demais.

Fico aqui escrevendo demais e vendo o sábado e a bateria do computador acabar. Ufa! 🙂

Já perdi (?) amigos de todas as cores

A mesma facilidade que tenho para fazer amigos, tenho para perdê-los. Perco mais amigos que guarda-chuvas, isso é verdade. Não consigo manter contato, quando me dizem “vamos marcar” respondo “vamos mesmo” e o tanto de gente que perdi por julgar mal dá mais que uma mão. Já tive amizades que acabaram mal na porta da balada e amizades que acabaram bem, no aeroporto.

Por que deu vontade de escrever isso? Primeiro, talvez um pedido de desculpa por ser assim, não muito dada a amizades. Mas mais que isso: um agradecimento àqueles que permanecem. Aqueles que mantiveram contato daquele jeito mambembe (que é o mais gostoso), aqueles que também responderam “vamos mesmo” e que de vez em quando apareceram mesmo e aqueles que me julgaram mal de volta, e ainda me ajudaram a melhorar com isso. Como essas pessoas fazem bem. Como eu gosto.

Quanto mais velha fico, menos eu acredito que amizade é uma coisa eterna. Acho mais que é uma coisa terna, mesmo. É aquela pessoa que não prestou naquele momento da sua vida, que quase levou um tapa na cara de tanta raiva que você teve naquele dia, mas que hoje rende bate papos divertidos no Google Talk. Ou aquela que fazia todo o sentido quando o assunto era reclamar de (falta de) homens e que hoje não cola mais, porque o assunto que grudava a amizade desapareceu.

—-

É, e é por isso que amo escrever. Porque arruma o pensamento. 🙂

Relendo esse post, percebo que não perdi um amigo sequer. Perder é não lembrar onde ficou. Perder é dar branco. Não. Não deu branco coisa nenhuma. Eu lembro a cores onde cada um ficou e sei muito bem o lugar de cada um hoje. Quer dizer que a gente se deixou lá porque era hora de fazer isso. Mais ou menos como essa pelúcia que me acompanhou em tantas noites, dos 15 aos 25 anos. E que deixei um dia no caminho porque não dava mais. Não sei até que ponto isso é egoísta ou realista. Mas se tem uma coisa que aprendi na prática é que amizade que acumula ácaros não é saudável, não.

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Tentei. 🙂

Relógio não come texto

Nem relógio nem antidepressivo comem textos. Então parem de chorar.

Vocês viram que criei uma marquinha pro Palitos de Fósforo, né? 😀 É porque quero mudar as coisas.

 

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E mudei com um post de frases soltas, pra voltar a escrever. Tipo aquecimento antes de fazer exercício. Falando nisso, voltei a dançar. Não só voltei, como agora faço sapateado, mas também balé, jazz e jazz musical. Um sonho realizado. Bobo, mas sonho. E sonho, mesmo que bobo, é sonho. E estou super feliz. Minhas pernas também, até mais coradinhas e bonitinhas.

E fico pensando nos rituais que fazem do dia dia e que é neles que a gente precisa mexer. Se eu tomo banho todo dia, o que me impede de escrever um pouquinho todo dia? Tenho um ritual engraçado, que só agora percebi que é um ritual. Bate um horário x no trabalho, minutos antes de eu ir embora, tiro meus óculos e coloco no meu Senhor Cabeça de Batata. O que percebi é que é meu jeito de distanciar a Francine do trabalho da Francine que está indo pra casa (não sei se isso é bom).

A verdade é que depois de casada, estou repensando um tantão de coisas sobre a vida. Não quero nem ver o que vai acontecer quando eu tiver filhos.

Esse ano, tinha decidido que não ia nem pensar nesse blog, pra acelerar de vez meu livro. Mas se essa é a fase mais legal do processo, essa fase da loucura do É AGORA QUE ACABA, e preciso dividir com vocês (vocês, quem? Tenho esse blog há tanto tempo que acho que passei da fase de contar com um ouvinte) o que se passa.

E quero que passe logo, que desce ano não pode passar.

D:

 

Ideia que vem pela janela

Para quem não conhece, Liniers é um cartunista dos bons. Pra mim, fica lá, lado a lado com o Bill Watterson (acredita). Nas férias mais libertadoras da minha vida, em 2011, eu lembro de uma tarde em que fui sozinha até o Sesc Pompeia ver uma palestra dele. Almocei um lanche horrível, sentei lá toda bonitinha e  encontrei ele super tímido, a cara do meu professor de Ciência Política da faculdade. Lá, comprei um caderno bem lindo, em cuja contracapa guardo o desenho de uma ovelhinha que ele fez para mim, com seu autógrafo. Acho que é o único autógrafo que tenho na vida. 🙂

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Dois minutos de dicas do Petit

Não sei se já falei pra vocês, mas tive a sorte de trabalhar alguns meses a umas 3 mesas desse gênio. Figurinha polêmica ele era, do tipo “ame ou odeie”. E dei a sorte de cair no lado dos que amavam. Tivemos algumas poucas, mas boas, conversas – numa delas, ele inclusive me parabenizou pelos motivos que me levaram a pedir demissão da DPZ na época. E aquilo foi sensacional. Um dia, se precisar, eu conto. Conto também as razões que ele me deu para só usar meias vermelhas (e cuecas também!).

Pra marcar 1 ano de sua ida, deixo aqui um vídeo curto em que ele diz pouca coisa, mas boa. 🙂

 

Ficha de personagens – parte 2

É verdade, aprendi a magia de fazer fichas de personagens, mas não lembro como é o cabelo delas.

Acabo de passar os últimos 15 minutos tentando encontrar a primeira descrição de um dos personagens lá no começo do livro, só pra me lembrar se o cabelo dele voaria ao vento ou não na cena que eu estava escrevendo agora.

O tipo de coisa que uma revisão posterior resolveria, eu sei. Mas pra que esperar (e deixar o cabelo do coitado voando errado até lá)? 🙂CultureVixen-headvases

Da importância de uma ficha de personagens

13 anos depois, não, ainda não terminei o livro. E 13 anos depois, é natural você esquecer os porquês dos personagens (é natural você esquecer 5 minutos depois da criação da história, aliás). Acabo de parar tudo e escrever uma ficha com as intenções e aprendizados de cada personagem do meu livro. Não só dos protagonistas. De todos.

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Sabe o que mais me assustou? A intenção e aprendizado do meu protagonista eram os mais difíceis de encontrar.

Mas aí encontrei e minha mente explodiu de incredibilidade.

Não duvido de que as coisas fiquem mais rápidas de aqui por diante.

 

Coloquei 3 exemplos não spoilers aqui pra vocês terem uma ideia.

 

DAPHNE

Luta contra crescer

Vai aprender que é inevitável

 

 GRETA

Luta contra indiferença, passado traumático

Vai aprender que amigos são necessários

 

FIONA

Luta contra saudades

Vai aprender que a vida passa, e as gerações cuidam bem do que vem por aí

 

Feliz.

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(fotos via esse projeto aqui)

Por mais estradas de tijolinhos amarelos

Dia desses, estava pensando como é difícil crescer sendo um menino. Porque, ok, sei que o mercado ainda está longe dos meus padrões feministas etc, mas andei aqui pensando que se uma menina decidir pedir uma Tartaruga Ninja de presente , isso gera uma situação menos polêmica que um menino pedindo uma Barbie.

Então, sim, acho mesmo que no quesito se expressar nas roupas e nas emoções, gente, como é mais fácil ser mulher. Colin Stoke me lembrou isso com esse ponto muito interessante. Nessa palestra no TED, ele diz que mulheres são pouco representadas e isso tem que mudar. Mas, mais que isso, mostra que as mensagens que os meninos estão recebendo nos filmes não ajudam em nada. Ele até bota abaixo todo o obaoba de  Star Wars e a jornada do herói. Vale dar uma olhada. 🙂

E o final não podia ser melhor, para combinar com amanhã, o dia em que assinarei os papéis da minha melhor aventura. Não sozinha, não melhor nem pior. Mas na melhor equipe que eu podia ter escolhido pra me acompanhar.

I want fewer quests where my son is told, “Go out and fight it alone,” and more quests where he sees that it’s his job to join a team, maybe a team led by women, to help other people become better and be better people, like the Wizard of Oz. Thank you.

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